Setembro 2018-2 | Revista O Meu Bebé

Setembro 2018-2

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XDESENVOLVIMENTOX

Capricho ou necessidade?

A chupeta, o ursinho, o colo… Quando a criança já é mais crescida, certos comportamentos podem parecer uma regressão. No entanto, isto não é exatamente assim. Vamos saber o que dizem os especialistas.

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Todos os pais gostariam de ter um manual à mão, no qual pudessem classificar todos os comportamentos da criança e onde encontrassem longas descrições pormenorizadas que explicassem “o que fazer quando…”. Mas infelizmente a realidade não é tão simples.
• Não existem regras gerais e cada criança é um caso diferente. As sensações da criança e o contexto devem ser avaliados em cada momento concreto. Por vezes a criança inicia um determinado comportamento simplesmente porque não encontra um modo de se expressar. Em termos práticos: faz uma birra porque não sabe como sair de uma situação de cansaço, nervosismo e mal-estar.

• O percurso do crescimento caracteriza-se por avanços e regressões contínuos. Qualquer dificuldade pode levar a criança a dar um passo atrás e a perder, temporariamente, as conquistas obtidas. Nestas alturas, é fundamental que os pais a façam sentir-se compreendida, transmitindo-lhe a ideia de que podem conseguir ultrapassar a situação, tolerando com paciência as crises de choro e aquelas que traduzem apego excessivo, que são ainda mais delicadas.

Não larga a chupeta
A chupeta é um objeto que consola e ajuda a criança a gerir os momentos de separação da mãe. No entanto, quanto mais tempo passar, mais a criança o necessita. Como saber se esta é uma verdadeira necessidade ou é um hábito irrenunciável?
• É conveniente refletir sobre o modo como se oferece a chupeta à criança. Se se oferece como consolo de cada vez que chorar, como se fosse uma rolha que contém a tristeza, é provável que a criança se habitue e que lhe custe prescindir de tal coisa.

• É preferível reservá-la para a altura em que vai dormir. Para que abandone esse hábito é necessário implicar a criança sem recorrer a uma separação repentina. Pode por exemplo, “oferecê-la” à educadora do jardim de infância ou à avó.

CONSELHO
E SE CHUCHAR NO DEDO?
À hora de ir dormir, se já não usar chupeta, pode oferecer-lhe um peluche, que lhe mantenha as mãos ocupadas e que lhe faça companhia. No entanto, é bom lembrar que, se a criança tiver menos de um ano, deve retirar o peluche do berço uma vez que tiver adormecido, de modo a reduzir o risco de SMSL (a receada síndrome de morte súbita do lactente).


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A angústia da separação
Geralmente, por volta dos 18 meses (ou inclusive antes), a criança faz grandes progressos a nível da sua autonomia. No entanto, ao mesmo tempo, parece retroceder: sempre desejaria estar junto à sua mãe como se fosse a sua “muleta”. Esta é uma etapa fundamental para a criança, já que começa a ter uma maior perceção do espaço e da distância, e a entender que possui uma entidade própria, diferente da mãe. Logo, este é um momento delicado que requer especial atenção por parte dos pais.
• Se a criança se sentir rejeitada (“Não estejas em cima de mim, tenho muito que fazer!”), é provável que insista, cada vez mais decididamente, para que o ouçam ou peguem nele ao colo, precisamente quando a mãe está a cozinhar ou a fazer algo que necessita muita energia.

• Por outro lado, se lhe der atenção nesses momentos de crise, ainda que seja apenas durante uns minutos, será mais fácil desviar a sua atenção para outras coisas: “Estou um bocadinho contigo, depois voltas a brincar, e assim acabo de pôr a mesa”.
O facto de se sentir apoiado nesta fase é essencial para uma conquista da autonomia feita com serenidade.

CONSELHO
DISPONIBILIDADE E FLEXIBILIDADE
Adaptar-se com paciência e confiança às suas aproximações e distanciamentos alternados, oferece à criança a segurança necessária para enfrentar calmamente as provas futuras.


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Ao colo!
Este pedido costuma dar-se nos momentos menos oportunos. Por exemplo, na rua. Os adultos nem sempre se dão conta que uma criança não pode fazer percursos muito longos, especialmente se não estiver habituado a andar.
• Talvez esteja cansado. Neste caso podemos propor-lhe uma breve pausa (“Sentamo-nos um bocadinho neste banco e depois vamos.”) ou então estabelecemos um acordo (“Levo-te ao colo até àquele semáforo e depois vais sozinho.”)

• Em outros casos, o verdadeiro motivo é o aborrecimento. Não se pode pretender que a criança nos siga de boa vontade quando estamos a resolver assuntos do dia a dia. A solução poderia estar em fazer pequenas pausas agradáveis para ela: na montra da loja de brinquedos ou da loja de animais, no lago dos peixes, etc.
• Incentivá-la para que continue a estabelecer metas divertidas também é um excelente modo de a acostumar a fazer trajetos cada vez maiores e tornar a conquista da autonomia em algo agradável.

CONSELHO
PEQUENOS TRUQUES
Um argumento válido para a dissuadir do colo? Pode propor-lhe um jogo, por exemplo andar sobre um pequeno muro, de mão dada com o pai ou com a mãe, ver passar os cães e dizer olá às outras crianças.


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O seu peluche inseparável
Conta-lhe os seus segredos, dá-lhe mimos e não há maneira de a convencer a deixá-lo em casa. Em termos psicológicos o seu querido peluche chama-se “objeto de transição”.
• É uma espécie de substituto da mãe, que traz consolo e confiança à criança durante o seu caminho para a autonomia. Como tal, é bastante natural que a criança o queira ter consigo. Trata-se de uma espécie de conexão com os lugares que lhe são desconhecidos e que a protege da solidão.

• Se o vínculo com o objeto lhe parecer excessivo, é preciso tentar não o sobrestimar. Se a família está de férias, e o peluche ficou em casa, não é preciso voltar atrás para o ir buscar.

CONSELHO
UM BOM HÁBITO
Permita-lhe ter perto de si o seu ursinho. Alguns estudos de psicologia demonstram que as crianças que tiveram um peluche favorito ou um amigo imaginário desenvolveram favoravelmente a sua capacidade de introspeção, e são mais capazes de transmitir os seus sentimentos aos outros.


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O sono, apenas em casa
Não apenas se nega a dormir no jardim de infância com as outras crianças, como também não o quer fazer em casa dos avós. E, quando os pais saem, há sempre problemas. Não se trata de um capricho.
• Algumas crianças podem dormir em qualquer sítio. Para outras, pelo contrário, o momento do sono é especialmente delicado. Necessitam um lugar familiar, íntimo, que sintam como um espaço seu, de contrário, não conseguem relaxar totalmente, cansam-se mas não adormecem.

• Repreender a criança, neste caso, não serve para nada. O melhor é tentar entender as suas necessidades e enfrentar a situação. Por exemplo, se dorme com frequência em casa da avó devem tentar que durma sempre no mesmo sítio, de modo que a criança possa dispor sempre do mesmo espaço.

CONSELHO
RITUAIS À SUA MEDIDA
Pode ajudar o seu filho a criar rituais, e não é preciso que sejam necessariamente os mesmos que existem em casa dos pais. Deste modo, ele irá desenvolver os seus recursos para se tranquilizar e dormir.

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XPERGUNTA SOBRE…X

Os seus primeiros passos

Tem os pés virados como se ainda estivesse aninhado na barriga da mãe. Isto é normal: com o tempo, quando aprender a caminhar, os seus pés adotam a mesma posição que a dos adultos.

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1 Como se desenvolvem os pés da criança?
O desenvolvimento dos pés tem início durante a idade fetal. As extremidades enfrentam uma série de fases alternadas, que afetam a parte interna ou externa do pé. Esta alternância mantém-se ao nascer e durante os seguintes anos. Por isso, é natural que os pés de uma criança de 3, 4 anos, (retos quando começa a andar), se virem para dentro, que o calcanhar sobressaia e que o arco plantar esteja plano. Dos 4, 5 anos em diante, a parte externa dos pés tende a crescer, no entanto, a forma estável, semelhante à dos adultos, apenas se atinge por volta dos 12-14 anos.

2 Qual o calçado mais adequado para o pé da criança?
Há um “antes” e um “depois” de a criança começar a andar. Quando ainda não o faz, os seus pés devem andar livres, e não contidos em sapatos rígidos que lhe impeçam os movimentos fisiológicos. Quando já começa a “passear”, do primeiro ano de idade aos cinco, deve calçar sapatos não rígidos e com uma boa sola que suporte o impulso ao andar.

3 Como começa a dar os seus primeiros passos?
Algumas crianças começam a dar os primeiros passo com as pernas rígidas e outros com as pontas dos pés. Qualquer tipologia de deslocação, ainda que aparentemente estranha, pode durar entre 6 e 8 meses, para depois evoluir para outra forma de movimento. Apenas necessita consultar o pediatra se, nos primeiros passos, a criança insistir em manter a mesma posição para além deste período, se nunca apoiar o calcanhar quando se encontra em repouso, e se se mover sem coordenação.

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XAMAMENTAÇÃOX

8 coisas que deve saber

Um guia completo para que se prepare da melhor maneira possível para a lactância, esclarecendo todas as suas dúvidas e acabando com alguns mitos.

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Durante a gravidez, é necessário preparar-se para dar o peito?
• Não existe qualquer dúvida de que é necessário informar-se sobre a amamentação. Antigamente, graças às experiências das avós, as irmãs e as tias, as jovens mães tinham conhecimento dos tempos e características das tomas, e não tinham dúvidas sobre a capacidade de alimentar o seu bebé. Hoje em dia, este costume perdeu-se. Se a futura mãe sabe como funciona a sua produção de leite e aquilo que é razoável esperar nas primeiras semanas, será mais fácil iniciar este processo. Para além de que, conhecendo as dificuldades iniciais mais comuns com antecedência, como as gretas, as obstruções mamárias e a dificuldade do bebé se agarrar ao peito, pode conseguir evitá-las ou ultrapassá-las em pouco tempo.
• Pelo contrário, não é preciso preparar o peito para a lactância. Durante a gravidez, os tubérculos de Montgomery, as pequenas glândulas em relevo situadas em redor da auréola, começam a segregar uma substância emoliente e anticética, que forma uma proteção natural do mamilo.

• Do mesmo modo, desaconselham-se os tratamentos que, em outros tempos, se sugeriam às mulheres para fortalecer a pele, como esfregar os seios com uma luva ou toalha áspera. Hoje em dia, estes procedimentos já não são utilizados, pois podem provocar irritação nos mamilos e, se a gravidez se encontrar no final existe, inclusive, o risco de estimular o reflexo oxitocínico e, como tal, iniciar as contrações.

A primeira toma deve ocorrer imediatamente após o nascimento?
• Se o bebé ficar tranquilo sobre o peito da mãe, mal acaba de nascer, encontrará o mamilo para sugar o colostro sem necessidade de ajuda externa. Por isso, se não há problemas, seria melhor não interferir nestes primeiros instantes e as medidas habituais do hospital, como o banho e o registo de peso e altura do bebé, deveriam ser deixadas para mais tarde.

Antes de que o leite apareça o peito incha e fica dorido?
• Nem sempre sucede deste modo. Se a mãe puder dar o peito ao bebé sempre que este manifestar ter fome, o leite pode chegar sem sinais evidentes, já que o peito, ao estar bem drenado, não cria obstruções. Antigamente, quando os bebés permaneciam longe das mães, o peito, sim, realmente inchava, o que tornava a lactância ainda mais difícil.

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No caso de cesariana, a lactância é mais difícil?
• Após um parto vaginal ou uma cesariana, a expulsão da placenta é o sinal que indica ao organismo materno que a criança já não está a receber alimento e que é necessário alimentá-la de outro modo. Como tal, a forma como se dá à luz não é uma razão para dificultar a amamentação. Uma vez mais; aquilo que realmente cria obstáculos ao início da amamentação é o procedimento hospitalar, quando a mãe e o bebé são separados.

• Se a cesariana decorreu com anestesia epidural, a primeira toma pode ser feita ainda na maca da sala de operações. No caso de anestesia total, a mãe pode pôr a criança ao peito assim que acordar e se sentir preparada.
• Não obstante, após uma cesariana, a mãe necessita um pouco mais de ajuda. Especialmente durante as primeiras horas e nos dias posteriores à intervenção. A mãe deverá contar com uma pessoa (o companheiro, um familiar ou uma enfermeira) que a ajude a pegar no bebé e pô-lo ao peito.

A amamentação sempre deve ser feita a livre a demanda?
A mãe deve oferecer o peito ao bebé de cada vez que ele mostrar “interesse”, ou seja; quando abre a boca e vira a cabeça como se estivesse à procura de algo, quando leva as mãozinhas à boca ou se mostra inquieto. O choro é um sinal tardio de fome que pode interferir na toma, pois o bebé, ao estar nervoso, tem mais dificuldade em começar a mamar.
• A lactância a livre demanda simplifica a gestão das tomas porque deixa a mãe livre de horários, esquemas e tabelas mais próprios de uma alimentação artificial.

Se o bebé aumentar muito o seu peso, é preferível reduzir as tomas?
• A composição do leite materno é perfeita para as necessidades nutricionais de cada criança. Não existem lactentes que crescem “demais”, e nunca é preciso reduzir as tomas. Pelo contrário; quanto mais tempo amamentar o bebé, menor será o risco de enfrentar estes problemas.

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7 A pesagem dupla é desaconselhável?
• Este costume foi abandonado porque não proporcionava informação útil e podia causar preocupação injustificada à mãe.

Pesar o bebé antes e depois da toma para comprovar a quantidade ingerida (no caso dos bebés saudáveis, nascidos no termo da gestação) não é aconselhado. O motivo está relacionado com a composição do leite e as suas alterações ao longo do dia. Durante uma toma o bebé pode receber poucos gramas de um leite bastante completo e nutritivo e a resposta da balança pode desalentar, mas, na verdade, a criança foi corretamente alimentada. Outras vezes, o bebé pode tomar cem gramas de um leite mais leve que será digerido em meia hora.
• Pode certificar-se de que o seu filho está a tomar o leite suficiente se molhar entre seis e sete fraldas por dia, e fizer duas a quatro deposições ao longo das 24 horas, ainda que isto seja bastante variável. O aumento de peso pode-se avaliar semanalmente e, nos primeiros meses, deverá estar entre os 150-170gr ao longo dos sete dias.

8 É melhor evitar a chupeta e o biberão?
• Nas primeiras 4-6 semanas o peito aprende quanto leite deve produzir para o bebé, e o bebé familiariza-se com a amamentação. Nesta etapa, a “calibração”, é muito importante evitar interferências. Como tal, desaconselha-se a chupeta e o biberão (de água, infusões ou fórmula artificial). A lactância baseia-se num processo de procura e oferta: quanto mais a criança sugar, maior é a quantidade de leite produzida.

Porém, para que funcione bem, é importante que a amamentação seja exclusiva e a livre demanda. Se o bebé distancia as tomas porque recebeu outros líquidos ou usa a chupeta como forma de consolo, no final do dia poderia não ter tomado o leite suficiente. Mais ainda; se o peito não for adequadamente estimulado, a produção pode ser regulada em função de uma quantidade inferior e não conseguir cobrir as necessidades da criança. Por último, a sucção feita com uma tetina artificial é diferente da sucção do peito, o que pode confundir o bebé e impedi-lo de mamar corretamente.

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XNUTRIÇÃO

Baby-Led Weaning:o que deve saber?

Trata-se de um novo método de alimentação que consiste na introdução de sólidos respeitando a autonomia do bebé. Existem várias associações profissionais que o seguem e estabelecem algumas regras para que seja efetuado corretamente.

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Quanta papa come o seu filho? Como lhe prepara o puré? Necessita distraí-lo para que coma fruta? Estas são perguntas frequentes, feitas entre os pais, quando o bebé chega aos seis meses de idade e inicia a alimentação complementar. Muitas vezes, a quantidade ingerida e os alimentos (especialmente aqueles que não come) provocam-nos ansiedade e preocupação, pois receamos que o nosso bebé não cresça tão saudável quanto gostaríamos. As recomendações estritas de alguns profissionais da saúde também não ajudam, assim como as opiniões de tias, avós, amigas, etc., que nos contam as suas experiências sem conhecer outros modos de introduzir novos alimentos.

O Baby-Led Weaning, ou introdução de sólidos respeitando a autonomia e o ritmo do bebé, é um método cada vez mais tido em conta. A nutricionista Gill Rapley estudou e desenvolveu este método profundamente com o objetivo de facilitar a vida a milhares de famílias. Explicamos-lhe em que consiste e quais as vantagens que oferece comparativamente ao método convencional de introdução de alimentos sólidos.

O que é o Baby-Led Weaning?
Consiste em oferecer elementos sólidos ao bebé, a partir dos seis meses (não antes), em pedacinhos, de modo a que possa pegar nos alimentos com as mãos, levá-los à boca, experimentar, brincar, conhecer texturas, lambê-los e cheirá-los. O objetivo não é o de comer grandes quantidades, já que o leite continua a ser o seu alimento principal até cumprir um ano de idade. O mais importante é a sua familiaridade com os alimentos, a forma como absorve os seus nutrientes, e a compreensão, ao longo do tempo, de que a comida sacia, é boa, e que estar à mesa com a família é um momento agradável. Gradualmente, o bebé irá desenvolver mais capacidades, poderá manipular alimentos de diferentes formas e tamanhos, até chegar a utilizar os talheres. Através deste método não é preciso pôr a comida na boca da criança nem insistir para que coma. É ela quem decide se já está satisfeita, como tal, o Baby-Led Weaning baseia-se em oferecer e não em obrigar.

Quais são as vantagens deste método?
O Baby-Led Weaning facilita o desenvolvimento da coordenação visomotora, da mastigação e do aparecimento do reflexo do vómito, que evita o risco de asfixia. Também fomenta a autonomia do bebé (não lhe damos de comer, o bebé come sozinho), previne o excesso de peso (não insistimos para que coma, o bebé aprende a controlar o seu apetite), e não é necessário preparar papas (o bebé pode comer o mesmo que os pais, com algumas regras básicas). Com este método também podemos evitar que as refeições se convertam em momentos desagradáveis para pais e filhos. Muitos especialistas têm a opinião que o Baby-Led Weaning permite que as crianças comam de forma mais variada e desenvolvam menos aversão por determinados alimentos.

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Existe o risco de o bebé se engasgar?
Esta é a maior preocupação dos pais. Se é o bebé que controla aquilo que introduz na boca, e se se encontra numa posição erguida, não há maior risco de asfixia do que aquele que existe com alimentos triturados. Ao dar-lhe a oportunidade de provar alimentos sólidos, o bebé desenvolve o reflexo do vómito, que afasta os pedaços maiores das vias respiratórias. Este é um importante mecanismo de segurança, porque o bebé aprende que os alimentos que põe na boca têm de ser mais pequenos. Os alimentos devem ser moles e cozinhados (cenoura cozida, brócolos, melancia, arroz, etc.) e deve evitar aqueles que são muito duros como os frutos secos, maçã, cenoura crua, etc.
 

Quais são as vantagens em relação às papas convencionais?
Para além das vantagens já mencionadas, não é necessário preparar papas. O bebé pode identificar claramente o alimento que tem à sua frente, já que o seu sabor, cor e textura não estão misturados com outros alimentos. Também é provável que faça uma melhor gestão da comida, já que é ele próprio quem decide a quantidade a introduzir na boca e conhece perfeitamente a sua textura. Recordamos-lhe um ponto extremamente importante: se os bebés não recebem a oportunidade de ativar o seu reflexo do vómito desde o início, não poderão utilizá-lo para manter a comida afastada das vias respiratórias quando forem um pouco mais crescidos. Por último, com este método, evitamos que a criança apenas queira comer papas quando crescer, como sucede por vezes com as de quatro ou cinco anos.

E se o bebé não comer o suficiente?
Até ao primeiro ano de vida constitui o alimento principal do bebé, os sólidos fazem parte da alimentação complementar. O bebé, como mamífero, e tal como sucede com os adultos, sabe o que comer e em que quantidade, ou seja; segue o seu próprio instinto. Por vezes comerá muitos sólidos para além do leite, mas no dia seguinte é provável que coma muito pouco. Lembre-se que ninguém gosta de ser obrigado a comer quando não tem fome.

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O bebé pode comer de tudo?
Sim, desde que não tenha problemas de saúde que o impeçam ou não haja antecedentes de alergias na família. Nestes casos é fundamental consultar o pediatra para introduzir os alimentos com mais precaução. Os lácteos, tal como são tomados pelos adultos, devem ser adiados. Os alimentos devem ser cozinhados sem sal e sem açúcar. Também se devem evitar alimentos muito duros e que impliquem risco de asfixia (azeitonas, frutos secos, maçã, etc.). É curioso observar como alguns bebés gostam de sabores fortes como o do alho ou do caril…Evidentemente que se deve tentar seguir uma dieta saudável e o mais variada possível, descartando os alimentos pré-cozinhados. As crianças tendem a imitar aquilo que fazem os pais, logo, comer saudavelmente é a melhor maneira de conseguir que o seu filho o acabe por fazer de modo voluntário.

Qual é a parte menos positiva deste método?
O inconveniente principal do Baby-Led Weaning é a inevitável e consequente sujidade. Os bebés experimentam a comida untando-a no cabelo, na roupa, cuspindo ou fazendo bolhas, e também atiram a comida aos pais ou ao chão. Mas pode tornar esta experiência em algo mais leve: proteger o pavimento com jornais ou plástico; utilizar babetes com mangas de lavagem fácil; reservar para as refeições aquela roupa que não se importe de sujar. Deixar o banho para depois do jantar também é uma opção a ter em conta!
Concluindo, o auge do Baby-Led Weaning deve-se aos seus múltiplos benefícios e pode ser um método muito interessante e divertido para a família. Existem vários livros, sites e grupos de redes sociais que abordam este assunto, tanto a nível profissional como do ponto de vista dos pais, que lhe podem tornar o caminho mais fácil. Recorde que também pode consultar as suas dúvidas com a parteira, o pediatra ou a enfermeira. E que tal experimentá-lo?

7 conselhos para iniciar o Baby-Led Weaning
1. O bebé deve ter cumprido os seis meses e manter-se sentado pelos seus próprios meios.

2.  O ideal é que a criança também demonstre interesse pela comida. Se desde pequeno se habitua a estar à mesa ao colo dos pais ou na sua cadeira alta durante as refeições, irá desenvolver a sua curiosidade pelos alimentos.
3. É conveniente evitar oferecer comida ao bebé se este tiver sono, já que não terá interesse em aceitá-la e estará irritável. É melhor esperar que faça uma sesta e tenha descansado.
4. Talvez a experiência seja mais fácil se o bebé tiver uma toma de leite antes dos alimentos sólidos.
5. Nunca deixe um bebé sozinho quando estiver a comer.
6. Os alimentos devem ser lavados e cozinhados adequadamente.
7. Os bebés gostam de provar coisas novas. Se lhe oferecer uma grande variedade de alimentos, verá que o seu filho não se aborrece.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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